Há dias assim, em que alguém tem sorte!
Vem esta afirmação a propósito da história que que vos conto de seguida.
Eu (João Miranda,) após duas semanas sem sentar o rabo no selim, por causa dessa minha promessa anual que é o Rali de Portugal, combinei uma volta domingueira com o João Nuno, que nos leva do Choupal até Cantanhede e regresso, sem um esforço muito exigente. Os restantes pmc's estavam trabalhar e o Rui representava o grupo na maratona da Camarneira.
Quando pedalávamos na zona de Portunhos, de repente deparamos com 4 gatinhos recém nascidos no meio da estrada. Os bichos miavam e arrastavam-se pela areia e quase que os atropelamos.
Pegámos nas criaturas e a primeira reacção foi procurar a mãe gata, porque pensámos que pudesse andar a mudar os filhos de ninho, como é hábito nos felinos. Nada.
E nestas alturas não há coração que resista. Deixar aqueles seres indefesos ali, era condená-los à morte. Gostaria de entender o que vai na cabeça de um ser humano que abandona estes animais tão frágeis num sitio daqueles? Telefonei para casa e pedi à minha filha e à minha mulher que fossem ter comigo a Ançã para levar os animais para casa. Coloquei os gatos dentro da mochila, onde viajaram durante uns bons 5 ou 6 quilómetros até ao ponto de encontro. E que fotografia teria dado, ver dois homens equipados a preceito, a tomarem conta de tão estranha prole.
Terminada a volta, toca de ajudar a tratar dos gatos. Consultas na net e um telefonema à veterinária, com uma tentativa pelo meio de os colocar junto duma gata que tinha parido à pouco tempo, mas com resultados negativos, tive que comprar uma lata de leite especifico, que pasme-se, custa 20€, mais caro que para humanos.
Ainda voltei ao local onde encontrei os gatos, porque a possibilidade da mãe por lá andar, existia. Nada! Tinham sido abandonados.
Ainda voltei ao local onde encontrei os gatos, porque a possibilidade da mãe por lá andar, existia. Nada! Tinham sido abandonados.
Desde ontem a minha vida e da minha família está centrada nos gatos, até acordei às 4 horas da manhã para os alimentar. Entre dar o leite de 4 em 4 horas e fazer o papel de mãe gata, obrigando-os a fazer umas valentes cagadas e a urinar, passamos várias horas a ver estes seres fantásticos, agarrados à vida, num mundo ainda às escuras, mas onde o tacto e o permanente contacto entre os irmãos os vai tornando fortes e capazes de sobreviver à provação de lhes terem tirado a mãe.
Depois deste episódio, só posso dizer e reafirmar aquilo que alguém já disse: Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais.
Depois deste episódio, só posso dizer e reafirmar aquilo que alguém já disse: Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais.
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