quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 6ª etapa

6ª Etapa 23/07/2013 Viagem de regresso
Foi o dia em que acordámos mais tarde. Aproveitámos para desfrutar de Santiago com algumas visitas e compras dos recuerdos.
Tudo arrumado decidimos aproveitar as instalações para preparar o pequeno-almoço, fomos a uma pequena mercearia adquirir os mantimentos necessários. Mesmo com os horários dos comboios tirados por internet, ainda em casa, decidimos ir á estação adquirir os bilhetes para nós e para as bikes e confirmar a viagem, ficando a certeza que de tudo tratado. Na estação ficámos a saber que em espaço espanhol não tínhamos qualquer problema em viajar com as bikes nos comboios, mas em Vigo iriamos ter problemas, na viagem até ao Porto. Fiquei um pouco confuso, não tinha conhecimento dessa proibição, pois a informação que tinha, era que permitiam 3 bicicletas por cada carruagem e caso houvesse mais teríamos que esperar pelo próximo comboio. A senhora que nos atendeu foi cinco estrelas na ajuda que tentava dar, dando sempre algumas alternativas, tal como o transporte da bicicleta por empresa estafeta.  Com a esperança que podia ser um mal-entendido, resolvemos aceitar umas das dicas da funcionária. Adquirimos os bilhetes até Tui, para depois fazer a passagem da fronteira a pedalar até Valença. 

Com a confirmação da viagem feita e mais cedo que o previsto, voltámos ao centro histórico para comprar alguns recuerdos e uma visita rápida ao interior da catedral.Saída de Santiago e sem qualquer problema na viagem até Vigo com excelentes condições, (pena não ter tirado foto no comboio), mudámos de comboio para ir até Tui.
Chegada a Tui montámos nas bikes e metemos-nos à estrada, mais umas fotos sobre o rio Minho e já em Valença, seguimos até à estação de comboios. Estava sem gente e a bilheteira fechada. Estranho. Fomos até às linhas onde encontrámos a chefe de estação. Quisemos comprar os bilhetes, mas, logo fomos avisados que as bikes não iam. Não querendo perceber, foi-nos explicado que a regra de transporte das bicicletas em todos os comboios nas linhas do Minho e Alto Douro foi alterada no dia 12 de Julho. O chefe de estação ainda falou com o revisor que não permitiu a entrada das bicicletas, apesar de ter apenas uma pessoa em três carruagens. E depois quer a CP que andemos de comboio. Regra estúpida e imbecil. Que diferença entre Portugal e Espanha. Tínhamos duas possibilidades, ir a uma estação de expressos ou fazer mais uns bons quilómetros até sair da zona do Minho. 
Encontrámos a estação de camionagem que mais parecia estar ao abandono, de portas abertas, com lixo por todos os cantos, até mesmo dentro dos balcões vazios. Sem ninguém no interior, um taxista informou que para adquirir bilhetes teria que ser no próprio expresso, mas sem garantia de transportarem as montadas. Vinte minutos depois chega o expresso, que fazia a viagem até ao Porto. Era espanhol e falando com o motorista foi sem qualquer entrave, que aceitou a nossa entrada, colocando as bicicletas na bagageira. 16,10€ foi o montante que pagámos pelos quatro bilhetes. Mais uma vez, o nosso agradecimento pelo tratamento diferenciado e respeitoso de "nuestros hermanos". Afinal, de Espanha vem bom vento e quem sabe, bom casamento.

Porto, mais precisamente em S. Bento, última paragem do expresso. Entrámos na estação de S. Bento, a bilheteira estava fechada e tivemos que comprar bilhete no comboio, para ir até Campanhã e aí adquirir os bilhetes até Coimbra. Aqui não houve qualquer problema com as bikes, mas em Campanhã o retrato já foi outro, porque não nos permitiam a entrada das bikes no Intercidades que chegava dentro de minutos, eram 20:30. A opção era esperar pelo suburbano das 00:30 que fazia a viagem na íntegra até Lisboa. Não havendo outra solução, jantámos ali perto, demos um pequeno giro pelas redondezas e esperámos o resto do tempo na estação.

Na viagem para Coimbra ainda tive a oportunidade de rever um antigo colega de atletismo que não via há anos e que curiosamente é maquinista na CP. Sendo ele também um amante do ciclismo, não concorda com as regras, mas tem que as cumprir.
Eram 3:30 da manhã quando chegámos a Coimbra e ainda tínhamos que fazer mais uns quilómetros até casa e como moramos perto um do outro, terminámos esta aventura juntos. O sono e cansaço era "mais que muito", mas a boa disposição imperou até ao fim, aproveitando para recordar alguns episódios ocorridos nesta grande jornada. 
Santiago de Compostela foi para nós, a maior jornada em dias seguidos e quilómetros percorridos até hoje. Sem dúvida uma experiência única que bem merece, ser repetida.
Até breve.

Rui Ventura e Vladimiro Casaleiro

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ACP defende que ciclistas tenham seguro obrigatório...

O Automóvel Club de Portugal defende que os ciclistas sejam obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil, já que as novas regras do Código da Estrada tornam as bicicletas com direitos semelhantes aos dos restantes veículos.
O novo Código da Estrada, já aprovado e a aguardar publicação em Diário  da República, acaba, por exemplo, com a discriminação dos velocípedes na  regra geral da cedência de passagem, e passa a ter prioridade todo o veículo  que se apresente pela direita, no caso de não haver sinalização.

"Dado que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação  a um veículo a motor e têm um determinado número de regalias novas, a partir  daí é fundamental que também tenham um seguro de responsabilidade civil  contra terceiros, como têm os carros, os motociclos e tudo o que circula  na via pública", disse à agência Lusa o presidente do ACP, Carlos Barbosa...

Pois é, este atrasado mental, quando não tem com que marrar, até as inventa. No ACP, conseguiu o impossível, caminhar a passos largos para a destruição. Esta deve ter sido inventada depois de algum almoço bem regado. Ou então como não conseguiu enganar o seguro com a simulação do roubo dumas jóias (1 milhão de euros), deve querer comissão das companhias de seguros. Mas, os jornalistas é que têm culpa, sabem que daquele abstrôncio só sai merda e continuam a dar-lhe tempo de antena. Portugal seria o único país da UE com esta brilhante ideia. E que tal um seguro para peões, skates, triciclos, patins em linha, carroças, trotinetes, cadeiras de rodas, etc.
E já agora, quem deu autorização a este imbecil, para falar em nome dos automobilistas?


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 5ª etapa...

5ª Etapa 22/07/2013 Oseira/Santiago
Esta foi das piores noites que tive em toda a viagem, devo ter dormido 4h pelo que acordei com uma dor de cabeça brutal.
Eram 5h da manhã, hora espanhola, já estava bem desperto, andei para trás e para a frente sem sono nenhum com a cabeça a explodir. Por esta hora já havia movimento de alguns peregrinos a prepararem-se para fazer mais uma etapa,a pé, éramos os únicos de bicicleta. Para tomar um comprimido comi algumas barras, géis e marmelada. 
Uma hora depois as dores ainda não tinham passado na totalidade, mas era tempo de preparar a bike para a última etapa. A esta hora já a maioria dos peregrinos prosseguiam o seu caminho. Até às 8:30 nenhum responsável apareceu e partimos sem pagar. Ainda com algumas dores de cabeça tivemos como pequeno-almoço uma tremenda subida, bem longa, seguida de trilho com bastante pedra que nos impediu de se progredir em cima da bike. 

O aquecimento estava feito e dor de cabeça sarada, só faltava era mesmo um café e tomar o pequeno-almoço, porque pedalar sem comer é danado. Oito quilómetros depois e ajudámos a abrir um pequeno café com pouca opções de comida. Pão, chouriço e café com leite, podia ter sido pior!
Energias repostas, foi sem grandes dificuldades que progredimos até Silleda, onde chegámos à hora de almoço. Procurámos um mini mercado e desta vez a ementa foi diferente, latas de atum, pão, fruta e coca-cola, tudo preparado num pequeno jardim da cidade. Este dia ao contrário dos outros estava fresco, algum vento e com o equipamento transpirado senti algum desconforto. A sandes de atum estava uma delícia, pois com a fome que já tínhamos, caiu que nem ginjas.

Os quilómetros para chegar a Santiago de Compostela cada vez eram menos e a etapa foi feita em piso misto, mas com muito alcatrão. Embora tenha sido a etapa mais curta em quilómetros, não foi a mais fácil, pode até dizer-se que foi um bom parte pernas. Entre montes e vales, passando por pequenas aldeias e muitos campos de cultivo ainda tivemos algumas subidas, de registo bem acentuado. Ao fim da última subida com pelo menos uns 2 kms, já se conseguia ver as imponentes torres da catedral. Foi uma sensação incrível, sorrisos e uma vontade enorme de chegar à praça principal de Santiago. Encosta abaixo, foi num ápice que chegámos ao centro histórico de Compostela. Antes das fotos, para registar a nossa chegada procurámos a oficina do peregrino e concluir com o último carimbo o fecho das credenciais e claro, trazer a Compostela, que comprova a nossa peregrinação. 



Descansámos durante algum tempo, convivemos e repartimos experiências com outros peregrinos, que tinham feito outros caminhos. Uma das peregrinas que conhecemos, uma senhora com cerca 55 anos, fez a pé desde França, o caminho Via de Prata, sozinha, iniciado no mês de Maio. Incrível, estava ali impecável e ainda ia fazer o caminho até Finisterra e doar as botas que a acompanharam em todo o percurso.
Na emblemática praça central da catedral, registámos a nossa chegada com as fotos da praxe e seguimos em busca de guarida no último albergue. Tinha como referência 2 albergues na zona, o seminário menor e o albergue Acuário. Sem saber onde ficavam, procurámos informação num bar ali perto e ficámos a saber que o Acuário ficaria muito longe e o seminário a 10 minutos do centro. A mesma pessoa deu-nos ainda informação de um hostel que tinha aberto recentemente, com óptimas condições por um preço justo e próximo - The Lasts Stamp foi a escolha para pernoitar e não nos arrependemos em nada. Um hostel com apenas alguns meses de existência, com tudo o que é preciso, lavandaria, cozinha bem equipada, as camas em beliche com pequena arrumação incorporada e sistema digital de segurança e claro, as bikes no interior bem estacionadas, num pequeno pátio e vigiadas por vídeo. Excelente.

Bem instalados e de banho tomado, jantámos e fomos ao bar café Metate  para beber mais umas cervejas e assim retribuir a ajuda dada à chegada a Compostela.
Cansados e com o sono acumulado, rumámos ao nosso hostel para descansar.

Dados de Viagem

81,90kms; 1,724 Desnível+; em movimento 5h14m38s (gps)

sábado, 24 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 4ª etapa...

4ª Etapa – Verin/Oseira
Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer e para variar 6h da matina, hora espanhola, estávamos prontos para mais uma jornada. Já depois do excelente pequeno-almoço de pan com queso, café com leche e café solo, iniciámos mais uma etapa rumo a Santiago. Em Verin mesmo junto à Casa do Escudo não conseguimos encontrar a indicação do caminho, mas como tinha na ideia ir em direcção a Laza, onde tinha indicação que estaria o trilho mais duro, mas mais bonito no que toca à beleza de paisagem, acabámos por apanhar o caminho para Xinzo de Limia sem saber.




Os primeiros quilómetros, foram feitos em alcatrão, mas não tardou muito para aparecerem as subidas. Em Infesta começou a tormenta, subida longa, não muito técnica mas com inclinação bem razoável. A partir dessa zona foi tudo muito tranquilo, caminho bastante rolante, passando por uma zona baixa de cultivos extensos, muito parecida com os nossos campos do Mondego em Coimbra. Até Allariz foi um percurso muito rápido, terreno misto, descidas bem rápidas, com single track bem engraçados que nos fizeram esquecer os alforges, arriscando largar travões. 
Apesar de ser domingo encontrámos algum comércio aberto e aproveitámos para fazer uma pequena paragem e comprar alguma fruta. Seguiu-se Ourense, cidade grande, mais umas fotos, um calor de arrasar e continuámos caminho até Cea e poder descansar mais cedo. 

De Ourense até Cea, o trajecto foi quase na totalidade feito em terra, passando por algumas aldeias que nesta zona se dedicam aos lacticínios logo a bosta nos trilhos e o respectivo cheiro não nos largou até chegarmos próximo de Santiago. Como chegámos às 17h o responsável pelo albergue não nos deixou entrar, pois pelas regras os peregrinos a pé e a cavalo têm prioridade sobre os bicigrinos. 
Albergue de Oseira

Teríamos que esperar até às 20h e saber se havia lugar para nós. Não quisemos arriscar, pois ficar na rua era uma hipótese e pedalar de noite até ao próximo albergue, decidimos antecipar e fizemos mais uns quilómetros até Oseira. O Casaleiro ainda foi abordado por um local para que fizéssemos o caminho por alcatrão pois seria mais fácil e rápido. Não querendo mudar o rumo, fizemos o verdadeiro caminho e que foi bem penoso durante uns quilómetros, pedra e mais pedra faria deste pedaço de percurso impraticável para pratica do btt, pois tivemos que levar a bike à mão ou mesmo às costas. Oseira fica localizada numa zona baixa e ao chegar consegue-se ver o enorme mosteiro. 

Mosteiro de Oseira

Mais tranquilos, dirigimos-nos ao albergue, que se encontra num anexo do próprio mosteiro e fomos recebidos por outro peregrino que nos informou que a pessoa responsável não estava presente e que aguardássemos por ele. Cansados, fomos ao café mais próximo para umas canhas e saber onde jantar. Já bem frescos, pelo menos na garganta, voltámos ao mosteiro, tendo outra vez sido recebidos por outro peregrino vindo de Sevilha e que fez as honras da casa. Banhos tomados, acomodámos-nos mas ninguém responsável apareceu, até sairmos para fazer mais umas fotos. Foi pena o mosteiro estar encerrado pois a visita vale a pena. O jantar só podia ser em dois cafés com quase nada para comer. Sopa galega, pan, pulpo e canhas, foi um manjar dos deuses. Mais canhas no café do lado e eram horas para por o corpo em modo de descanso.

Dados da etapa

112,87 km – 1,951 Desnivel+ Tempo em movimento 7h32m23s (dados gps)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 3ª etapa...

3ª Etapa – 20/07/2013 Bertelo/Chaves
Mais um dia, mais uma noite mal dormida, mas com a boa disposição em alta. Para variar 6h da matina estava o despertador a anunciar o inicio de mais uma etapa. Com alguns dos “moradores” do albergue já a levantados, tratámos da higiene e do pequeno-almoço. Ainda cansados, muito ensonados, preparámos os alforges e antes de partir, tirámos algumas fotos e apreciámos a vista deslumbrante ao nosso redor, coisa que não conseguimos ver na noite anterior e também por causa da noite não tivemos a percepção do que nos esperava logo à saída do albergue, pois claro, uma subida e longa. Bora lá fazer o pré aquecimento, com alguns estiramentos e alongamentos antes de começar a pedalar e ir ao encontro do tão apetecido café na Santa Casa, que ficava a uns 4 km na direcção do caminho. Lá chegados, uns dedos de conversa, sobre política e o estado da nossa Nação.

Antiga linha do Corgo

Até Vila Real foi um total desafio à nossa forma física e mental, pois nunca subi tanto em tanto em percentagem de inclinação como aqui. Muitas das zonas do caminho não estão preparadas para se poder circular de btt, nalgumas delas até à mão foi complicado. Tivemos que percorrer uma parede em laje, bastante degradada, com a bike às costas. 



O caminho também ele era muito estreito, com declive acentuado à direita, e se alguma coisa corresse mal, eram pelo menos 4 metros de queda livre. Esta passagem deve ser bastante perigosa em época de chuva, mesmo para os caminheiros. A seguir entrámos em alcatrão e sempre deu para recuperar o fôlego e a força nas pernas. Voltámos a entrar em terra com uma descida muito acentuada entre vinhas, seguido de nova subida até à povoação e aí começou o verdadeiro parte pernas - subidas longas em calçada com uma inclinação tal, que não me lembro ter alguma vez ter feito.
 Chegada a Vila Real, fomos ao Seminário para obter mais um carimbo, descansar um pouco daquela que foi a zona mais dura de todo o percurso, aproveitando para tomar um café e comer uma bola de Berlim. Tomado o doping voltámos ao caminho, discutindo o que fazer, se a restante etapa fosse desta exigência e sobre a hipótese de reduzir os quilómetros. Mas mesmo assim a boa disposição imperava e em tom de brincadeira dizíamos “venham as subidas, nós queremos é subidas”. As subidas não faltaram, mas foi na maior parte uma etapa bastante rolante, sobretudo quando entrámos na antiga linha do Corgo. Chegada a Vila Pouca de Aguiar junto à hora de almoço encontrámos um Intermarché e resolvemos parar para tratar do almoço. Com bicicletas não é fácil fazer as compras juntos, pelo que falámos com a chefe de loja que logo se prontificou em arrumá-las numa das lojas em obras e assim conseguirmos fazer as compras para o almoço e depois utilizar as mesas do café para a sua preparação, sem a preocupação de acontecer alguma coisa aos nossos transportes.
Voltámos ao pedal no fim do almoço, com a temperatura exterior a rondar os 38 graus. Mais uma etapa a beber bastante água e como maior parte dos pontos de água tinham tanque era banho na certa.


Esta etapa evoluía com bastante rapidez, entrámos novamente na ciclovia e foi rapidamente que nos colocámos em Pedras Salgadas onde aproveitámos para refrescar nas sombras do parque e contemplar os seus jardins e as arrojadas eco houses que convidam a um fim-de-semana diferente em família.

Eco house

Estando no parque de Pedras Salgadas, terra da água carbónica, queríamos aproveitar o facto de aqui estar e tomar uma água sem ser engarrafada e sentir a diferença. Com a nascente fechada ao publico, ainda esperámos algum tempo com a esperança que um funcionário abrisse as portas, mas, passou tempo e nada.
Até Vidago percorremos o que seria mais parecido com uma selva, vegetação muito densa, muitas silvas, que nos fizeram tatuagens nas pernas e braços e para ajudar algumas urtigas, muito boas para a circulação. Mais uma paragem para abastecer de água, tirar umas fotos a um antigo hotel enorme em ruínas, que mais parecia um cenário para filme de terror. Seguimos caminho até Chaves.





Chegámos com a boa sensação de etapa concluída, mas maçados pelo calor. A primeira coisa que se procurou foi uma loja de bikes. Algumas informações dadas por um local lá e com alguma dificuldade, descobrimos o sitio. Depois de termos perdido algum material tínhamos que reforçar o stock de equipamento. Comprei óleo e o Casaleiro mais uma câmara de ar. O responsável pela loja Street bikes ainda nos deu algumas informações sobre o caminho que também ele já tinha feito e a aconselhou-nos a pernoitar em Verin, já que ainda estávamos  com forças para pedalar.
À saída de Chaves ainda passámos no quartel dos B.V. de Chaves, onde inicialmente pensámos em pernoitar e obtivemos o último carimbo Português.
Até entrarmos em terras Espanholas o percurso foi sempre muito rolante na sua maioria em alcatrão, tendo passado algumas partes em terra batida e com poucas subidas, dando para uma boa progressão, até ao destino desta etapa, que seria Verin.
Verin

À entrada da localidade espanhola não descobrimos as placas de indicação do caminho, andámos um pouco à deriva sem saber bem para onde seguir. Depois de algumas piscinas feitas na zona, lá encontrámos a Casa do Escudo, que seria o “nosso lar” naquela noite.
Casa do Escudo

Porta fechada, aparentemente sem ninguém lá dentro, alguma confusão no que fazer, telefonou-se para o numero indicado à porta e logo nos foi dito que nos iriam receber. Demorou 5 minutos até à chegada de um funcionário camarário para nos dar as boas vindas e fazer as honras da casa, mostrando as instalações. A casa do escudo tem instalações pequenas, com uma única casa de banho o que em caso de mais gente de torna complicado em hora de ponta. O aquecimento ainda deu jeito para secar o equipamento, mas fraco para a época de inverno e ainda havia um micro ondas. Para uma noite desenrasca bem. Desta vez o pagamento teve um custo de 6€, com entrega de recibo, coisa que não aconteceu nos outros locais. Foi-nos entregue um descartável para a cama e almofada e o saco cama que levámos fazia o resto. Mais uma vez, estivemos sozinhos, o que é sempre bom, pelo facto de deixarmos as coisas mais à vontade.
Casa do Escudo

Camarata da Casa do Escudo

Cansados duma etapa que se manifestou das mais duras em todo o trajeto tomámos o merecido banho e saímos para a janta. Tratando-se de uma localidade bem grande não tivemos grande problema em encontrar onde comer. Numa das praças da cidade sentamos-nos numa esplanada do snack bar Gandaias e como era de esperar demos preferência à carne e assim ajudar na reconstrução muscular, para que no dia seguinte não custasse tanto. Pedido feito, algumas canhas para repor líquidos e veio o jantar. Veio o primeiro prato, bem aviado, o funcionário foi embora e voltou daí a pouco com mais um prato de comida que nos deixou perplexos. Uma dose dava para os dois, mas já que tinha vindo e como não tínhamos prometido a noite a mais ninguém … No fim, a conta, com entradas, 3 cervejas cada, prato principal e cafés por 11€ cada um. Barato!
Ainda não satisfeitos com o que tínhamos comido, tivemos que lamber uns gelados. “Vale mais sustentar um burro a "pão-de-ló”. Não tardou muito que o cansaço se apoderasse de nós e foi num ápice que adormecemos.

Dados da etapa do dia

121,43 km percorridos com 1,963 desnível + em movimento 7h57hm9s (dados gps)

Continua...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

GPS Essentials...

Considerada uma das melhores aplicações de gps para smarthphones, o GPS Essentials impressiona logo na página de abertura, com a enorme quantidade de funcionalidades que oferece. Tanta informação exige estudo e perceber as ligações que são possíveis entre elas. A máquina fotográfica com estabilizador de imagem, a bússola, a localização e satélites disponíveis, os mapas, a mais completa configuração do computador de bordo que conheci até hoje e muito mais. Resumindo não fica a dever nada ao melhor dos gps's que conhecemos.
Classificação: 4,5*
Numa primeira análise e porque a volta foi curta, por causa do calor, aqui ficam imagens de algumas funcionalidades que a aplicação oferece:




segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 2ª etapa...


2ª Etapa 19/07/2013 Almargem/Bertelo

Segundo dia começou também ele cedo, 6h da manhã e com uma noite mal dormida lá nos preparámos para mais uma jornada e ao contrário do dia anterior este adivinhava-se bem mais duro e longo. Alforges carregados, saímos para o único café aberto onde tomámos o que seria o nosso pequeno-almoço. Queijo, margaridas ou tortas tipo “dan cake”, acompanhado de galão ou café eram as opções disponíveis aquela hora. À falta de melhor come-se o que há.
A manhã estava fresca, eram 7:30 quando iniciámos a segunda etapa. Seguimos as indicações bem visíveis junto ao albergue percorrendo os primeiros quilómetros do trilho sem grandes dificuldades e com paisagens bem bonitas. As subidas não tardaram muito em aparecer. A partir daqui foi um constante sobe e desce com algumas subidas, que para nós foram  duras de transpor, com piso solto e íngreme e que com a bike carregada não foi nada fácil.

À entrada do concelho de Castro D’Aire descemos até Cabrum, aqui também muito complicado pois não estávamos habituados à instabilidade da bike, muito por culpa dos alforges. Entrámos na aldeia que foi ocupada por naturistas, a atravessámos a pequena ribeira com o mesmo nome e logo mais uma subida longa e mais íngreme, seguida de descida também ela longa e com muitas regueiras, a colocar à prova a destreza dos bicigrinos sobre as máquinas, que não estavam nada fáceis de controlar, devido à torção que os alforges provocavam.
Mões seria a povoação seguinte onde parámos para reforçar o pequeno-almoço, mas desta vez com pão e mais um café. A esta hora já se notava a temperatura a subir e aproveitámos, para no centro da povoação, encher os bidões com água fresca num fontanário. Fontanários, foram muitos pelo caminho entre Castro D’aire e Vila Real, que nos pouparam uns euros na compra de água. À saída de Mões mais uma subida longa, penosa, que nos deixou sem ar e de pernas bem duras. 
S. Pedro em Mões



Os quilómetros percorridos até agora eram bem menos que no dia anterior muito por culpa da dureza do terreno, mas nada que tirasse o ânimo entre os dois PMC’S, onde prevalecia a boa disposição e a vontade de absorver cada vez mais quilómetros para cumprir o objectivo. Entre montes e vales, terrenos de cultivo, muita pedra, água e lama à mistura, que faz deste percurso o mais duro, chegámos a Castro Daire com alguma dificuldade. Voltámos a parar para descansar, comer uma bela sandes de presunto e mais uma coca-cola, bebida que nos acompanhou nas várias paragens da hora de almoço. Nesta altura já se faziam contas aos quilómetros percorridos, que eram poucos e em causa estava a chegada ao objectivo que seria, Bertelo. Havia muito para andar e sem saber ao certo o que nos esperava, lá rumámos até Lamego. Na preparação para o caminho tive a oportunidade de ler no fórum btt, algumas das crónicas de bicigrinos que fizeram o mesmo trajecto e assim preparei-me, para o que vinha a seguir. Se até agora o grau de dificuldade se tinha vindo a agravar, até Lamego foi sempre a doer. Lá chegados e com o cansaço a evidenciar-se e muito calor, voltámos a fazer nova paragem para comer alguma coisa e tentar mais um carimbo. Já passavam das 17h e o posto de turismo que encontrámos estava fechado e foi na Sé de Lamego que conseguimos o desejado carimbo.Seguia-se Peso da Régua, até lá tivemos alguma dificuldade em conseguir encontrar as placas de identificação do caminho, seguindo uma boa parte em alcatrão sem saber se estávamos na direcção certa, mas que deu para adiantar percurso.


Mais uma cidade, mais uma paragem. No caminho encontrámos os B.V. de Peso da Régua onde carimbámos mais uma vez e pedimos informação sobre Bertelo e a distância até lá. Gerou-se alguma confusão em redor do nome da povoação, pois ninguém, sabia onde ficava. Decidiram então telefonar aos B.V. de Santa Marta de Penaguião e falar com o comandante da corporação, tentando tirar as dúvidas sobre o local. Depois disto, tínhamos a informação que a localidade de Bertelo ficava perto de Santa Marta. Pensámos no que fazer e acabámos por decidir na progressão da etapa e ir ao encontro dos B.V. de Santa Marta de Penaguião. A saída da Régua foi praticamente feita em alcatrão, mas sempre em subida, até entrar nas encostas do Douro
A paisagem do traçado até Santa Marta de Penaguião é indescritível, com encostas e socalcos verdejantes, repletos de vinhas e que torna esta zona ímpar na sua beleza, modificada pela mão do homem. Penhascos rochosos e terreno algo exigente, sempre com um bom ritmo até à saída da Régua, foi sempre a trepar seguido de uma descida alucinante até Santa Marta de Penaguião

.
Ali chegados, fomos até aos B.V. para receber mais um carimbo e obter informação sobre a localidade onde iríamos pernoitar. Fomos recebidos pelo comandante da corporação e a excelente equipa que logo manifestou o interesse em ajudar. Ainda colocámos a hipótese de passar a noite naquele quartel, mas devido ao excedente de voluntários na prevenção de incêndios, o espaço estava lotado. Preocupados, entraram em contacto com a pessoa responsável pelo albergue pertencente à Santa Casa da Misericórdia e informar da nossa chegada para a pernoita. O Sr António, responsável pelo albergue, informou que a estadia estava assegurada, mas o jantar já não era possível, pois  devíamos ter telefonado até às 18h a marcar, informação que desconhecíamos. O comandante preocupado e como teríamos que fazer mais uns km até chegar ao destino, mais uma vez ajudou e ofereceu-nos jantar na corporação, juntos dos seus homens. Como a insistência foi muita lá ficámos. A fome era muita e não é com sandes e barras que se aguenta tanto esforço, o dia todo. O Casaleiro já só pedia uma sopa mas, surpresa das surpresas, não havendo sopa, o jantar foi nem mais nem menos leitão (dois leitões, ehehe, espectáculo!) Qual sopa, qual quê! Vamos mas é ao leitão e às bejecas bem fresquinhas. Com este manjar inesperado, foram duas horas de cavaqueira, matando a curiosidade do pessoal, interessado em saber todo o nosso percurso, o que tínhamos feito, o que faltava, etc. Pessoal muito simpático e afável, cinco estrelas!
A luz do dia já era pouca, pelo que para não fugir do caminho e fazer atalho, partimos e como sobremesa mais umas paredes para trepar, dignas de registo…lá se foi o leitão! Alguns quilómetros à frente, começámos a perder a luz natural, tendo que utilizar a luz alternativa de bateria. Entrando num trilho muito estreito a descer e com alguns degraus em pedra junto a uma ribeira, com uma escarpa à esquerda de pelo menos uns 4 metros, foi um apalpa terreno sempre montados na bike, até sair junto a uma etar que ligava à estrada. A partir daí foi sempre alcatrão até Bertelo e para variar sempre em subida, nada que seja estranho nestas bandas.
Já com alguns quilómetros feitos em estrada e sem ter a certeza se estávamos na direcção certa, entrei em contacto com o Sr António e avisar do nosso atraso que prontamente veio ao nosso encontro, não estávamos longe. Seguimos as suas indicações para entrarmos na povoação enquanto ia abrindo a porta do albergue. Felizmente a etapa de hoje estava a terminada. Não sentia os pés com tanta dor.
Albergue de Bertelo

Desta vez, não estávamos sozinhos no albergue, o Sr António, informou que apesar de não estarem presentes, o albergue tinha mais 11 pessoas que tinham saído para participar num teatro de rua e que iam chegar mais tarde. O albergue estava bem equipado e preparado com tudo o que era necessário, até mesmo para preparar refeições. O Sr António é bem simpático e de fácil diálogo e colocou-nos logo à vontade, deixando-nos pão e leite para o pequeno almoço do dia seguinte e um convite para tomar café nas instalações da Santa Casa, que fica no caminho que iríamos seguir. Telefonema para a família dando conta de que tudo estava bem. Relaxámos um pouco, preparámos uma cevada, uma das coisas que havia à disposição, e falámos da dura etapa feita e da que viria no dia seguinte. O rescaldo era positivo apesar da valente malha que levámos. O dia foi muito longo e bastante duro com quase 94 km percorridos em trilhos muito exigentes e técnicos, contrariando os 84,4 km estipulados inicialmente. Estava na hora de colocar o esqueleto no descanso, até amanhã!
Dados da etapa

93,80 km – 2,607 D+  Tempo de movimento 8:00:12

Continua...


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Coimbra - Santiago de Compostela, 1ª etapa...

Desde que visitei Santiago de Compostela numas férias com a família, de carro, logo ficou o bichinho de querer fazer o mesmo, mas de BTT. No grupo PMC já havia alguns elementos que tinham a mesma vontade pelo que não demorou muito em agendar a data da tão desejada jornada. Eram três os PMC’S que alinhavam na aventura, Rui Ventura, Vladimiro Casaleiro e Luís Fonseca, mas, é sempre difícil conseguir uma data que agrade a todos. Por não conseguir férias, o Luís ficava de fora, sendo eu e o Casaleiro os únicos a embarcar nesta que seria a maior aventura até agora realizada.
Caminho Português Interior de Santiago de Compostela foi o escolhido, por ser o único com maior contacto com a natureza. Logo de início, ficou decidido que a viagem seria em total autonomia, contando apenas com o apoio dos albergues distribuídos pelo caminho. Dia 18 de Julho era a data marcada para a grande aventura, finalizando quatro dias depois, a 22.


Faltando sensivelmente dois meses para essa data, seria então, altura para preparar todo o itinerário conseguindo o máximo de informação sobre o caminho, albergues existentes, quilómetros entre os mesmos, a escolha de cada etapa, contactos, pontos de interesse em cada zona e o mais importante, os pontos onde poderíamos fazer as refeições, porque muitos sítios onde iríamos pernoitar, seriam pequenas aldeias isoladas e ficar sem combustível tanto à chegada, como ao pequeno-almoço não seria nada bom para o esqueleto, depois de tanto esforço. Igualmente importante, seria a preparação física dos bicigrinos, antes de iniciar uma viagem com tantos quilómetros e vários dias e neste ponto tivemos a preciosa ajuda da Bikerun – Trainer&Lifestyle e do João Amaral, que nos preparou para uma jornada tão dura, pois sem ele, teria sido bem mais penosa. Também a bike teria que ter uma atenção redobrada na mecânica. O estado de alguns componentes principalmente a transmissão, travões e pneus, já que a maioria da viagem seria feita em terreno acidentado e com muito pouco contacto com a civilização, pelo que tem que haver uma boa revisão à máquina e substituir componentes mais desgastados, para que diminua a tendência a avarias ao longo do percurso. O alforge foi o tipo de mala escolhida para transportar toda a bagagem e material necessário e como ambos íamos em suspensão total, o suporte para alforge é de amarrar ao espigão de selim, opção que diminui a capacidade em carga bruta, comparando com o suporte para bikes rígidas, pelo que teríamos que seleccionar bem o material a levar. No caso da roupa, optei por levar o mínimo possível, a saber: dois equipamentos de ciclismo, duas t-shirts tipo “dry fit” (para que caso fosse necessário lavar e secar rápido) dois boxers, três pares de meias, um calção casual e toalha micro fibra. Nos produtos de higiene pessoal, consegui reduzir o tamanho do champô, gel de banho e detergente líquido para roupa (caso fosse necessário). Peças suplentes para a bike, levei algumas de possível utilidade e de fácil transporte, como um drop-out, calços de travão, raios, cabeças, uma espia, uma camara de ar, remendos, óleo, mini-tool, gps e luzes dianteira e traseira.

 

A VIAGEM/AVENTURA

1ª Etapa – 18/07/2013 Coimbra/ Almargem
Já com as credenciais carimbadas no dia anterior na Igreja Rainha Santa Isabel, combinámos às 6h da manhã no mesmo local para as fotos da praxe e assim dar inicio à 1ª etapa - Viseu/Almargem .
Portão do largo da Igreja Rainha Santa Isabel - 6h da manhã

Depois de alguns quilómetros realizados, já na estrada da Beira demos conta que nenhum de nós levou cantil, que ficaram esquecidos no frigorífico, risada geral, esta seria a primeira falha, mas nada que não se resolvesse pelo caminho. Mortágua seria a primeira opção para poder adquirir um novo bidão e tivemos sorte em estar fresco nessa altura, caso contrário teríamos passado sede. Rolámos sem dificuldades, já que o trajecto foi em alcatrão e sempre em grande cavaqueira, depressa estávamos em Mortágua.

A fazer horas em Mortágua

Como chegámos antes das 9h, a loja do Pedro das Bicicletas ainda não estava aberta, pelo que fomos até a um café mesmo ao lado, aproveitando para reforçar as energias com um segundo pequeno almoço e fazer tempo até a loja abrir e adquirir os preciosos bidões. Já com eles comprados e em promoção, oferta de géis e sais, nada mau, retomámos o trajecto, fazendo algumas pequenas paragens pelo caminho para contemplar a paisagem e registar com algumas fotos, da nossa passagem.
Santa Comba Dão era o próximo destino para mudar de piso e entrar na antiga linha do Dão, transformada em ciclovia. O calor já se fazia sentir, e foi ficando cada vez mais forte, obrigando ao enchimento dos bidões mais vezes. Com média de 22 km/h registado no gps, foi num instante que nos colocámos em Viseu, pouco passava das 13:00. Ao descer um passeio, o meu alforge descose-se ficando preso pela metade, problema que não esperava acontecer tão cedo.

Ciclovia do Dão

Com sugestão do Casaleiro abracei os elásticos de maneira a que estes suportassem o peso dos alforges e o problema ficou solucionado. A larica para almoçar já era alguma, mas antes teríamos que carimbar as credenciais, subimos à Sé de Viseu e obtivemos o 2º carimbo num posto de turismo existente mesmo em frente à Sé.
A chegada foi bem antes do previsto e como estava muito calor e na hora de almoço, optámos por fazer algumas compras num super-mercado e adquirir algo leve para comer, pão, presunto, colas, água e fruta. Refugiámo-nos no parque da cidade debaixo de uma sombra e preparamos o que seria o nosso “almoço” e fazer algum tempo até regressar ao caminho e encontrar o albergue em Almargem.

Almoço em Viseu

Aproveitando a passagem por Viseu, combinei um jantar com o amigo Jorge Costa. Telefonicamente ficou acertado, apanhar-nos no albergue, para jantarmos em Viseu.
17h quando regressámos ao caminho para então procurarmos o albergue em Almargem, localidade a uns 15km a norte de Viseu. Voltámos a subir à Sé para apanharmos novamente as indicações dos trilhos, que nesta zona da cidade não é nada fácil, seguir as mesmas, pois andámos sempre em contra mão com o trânsito, mas com algum cuidado lá encontrámos as setas e placas, de sinalização do caminho.


O caminho até Almargem também não apresentou grande dificuldade, pois o trilho além de ser quase todo no meio de pinhal e sem grandes subidas, tem uma boa parte percorrida na antiga via romana que ligava Viseu a Chaves.
Chegados ao albergue, ficámos a saber, que as obras da antiga escola convertida em albergue ainda não estavam concluídas e teríamos que pernoitar numa associação, tendo o palco como cama, era bem melhor que ficar ao relento.
Futuro albergue de Almargem
Com marcação prévia, para avisar da nossa estadia no albergue, telefonámos ao responsável que nos veio abrir a porta e dar-nos a conhecer as restantes instalações. Aparentemente iríamos passar a noite sozinhos, pois, não havia mais peregrinos a entrar. Nesta altura dei por falta do óleo e toda a ferramenta que levei, tinha-a perdido no caminho, possivelmente na estrada romana, mais um problema para resolver. Banho tomado, visitámos a aldeia, parámos num pequeno café para tomar uma cerveja bem geladinha, fazendo tempo para a nossa boleia. Na esplanada que ficava do outro lado da estrada estava um dos habitantes locais a beber cerveja e aproveitámos para meter conversa e obter algumas informações sobre o possível local para o pequeno almoço do dia seguinte. Pela conversa não seria fácil, tal refeição.

Albergue provisório de Almargem
"Quarto" em Almargem


Já era um pouco tarde e a fome já apertava, o Jorge chegou pelas 21h e levou-nos a jantar ao restaurante Rio Sul em Viseu. Grelhada mista, acompanhada de uma bela cerveja foi o manjar escolhido pelos dois atletas para ajudar a reconstrução do tecido muscular. Colocou-se a conversa em dia, mas quando se está com amigos todo o tempo é pouco. Tivemos que regressar a “casa” e descansar para a jornada do dia seguinte. A associação onde o albergue estava inserido, estava aberta, com alguns habitantes a desfrutarem da noite quente, entrámos e finalizámos a noite com mais uma mini e alguma conversa, agradecendo a forma como fomos recebidos em Almargem.
Dados da etapa
129,50 kms; 1,824 mts desnível +; Tempo em movimento  8h 02m 04s (gps)

Continua...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Madrid Lisboa em BTT...

Decorre de dia 20 a 22 de Setembro a Powerade ION4 Madrid Lisboa. Competição inédita, com um total de 750 kms, non stop, feita por equipas (masculinas, femininas ou mistas) e apenas por gps. Se estás interessado em participar e dispuseres de 195€ ou 250€ se te inscreveres a partir do nº 300, sendo que à data de hoje já há mais de 450 pré inscrições. 
Percurso na sua quase totalidade, fora de estrada, que liga as duas capitais da Península Ibérica e que no caso duma equipa de quatro concorrentes dá qualquer coisa como 180 kms a cada um. Violento!
Presentes alguns nomes importantes do btt nacional (José Silva ou Luis Leão Pinto) e espanhol.

VIDEO PROMOCIONAL