4ª Etapa – Verin/Oseira
Levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz
crescer e para variar 6h da matina, hora espanhola, estávamos prontos para mais
uma jornada. Já depois do excelente pequeno-almoço de pan com queso, café com
leche e café solo, iniciámos mais uma etapa rumo a Santiago. Em Verin mesmo junto
à Casa do Escudo não conseguimos encontrar a indicação do caminho, mas como
tinha na ideia ir em direcção a Laza, onde tinha indicação que estaria o trilho
mais duro, mas mais bonito no que toca à beleza de paisagem, acabámos por
apanhar o caminho para Xinzo de Limia sem saber.
Os primeiros quilómetros,
foram feitos em alcatrão, mas não tardou muito para aparecerem as subidas. Em
Infesta começou a tormenta, subida longa, não muito técnica mas com inclinação
bem razoável. A partir dessa zona foi tudo muito tranquilo, caminho bastante
rolante, passando por uma zona baixa de cultivos extensos, muito parecida com
os nossos campos do Mondego em Coimbra. Até Allariz foi um percurso muito
rápido, terreno misto, descidas bem rápidas, com single track bem engraçados
que nos fizeram esquecer os alforges, arriscando largar travões.
Apesar de ser domingo encontrámos algum comércio aberto e aproveitámos para fazer uma pequena
paragem e comprar alguma fruta. Seguiu-se Ourense, cidade grande, mais umas
fotos, um calor de arrasar e continuámos caminho até Cea e poder descansar mais
cedo.
De Ourense até Cea, o trajecto foi quase na totalidade feito em terra,
passando por algumas aldeias que nesta zona se dedicam aos lacticínios logo a
bosta nos trilhos e o respectivo cheiro não nos largou até chegarmos próximo de
Santiago. Como chegámos às 17h o responsável pelo albergue não nos deixou
entrar, pois pelas regras os peregrinos a pé e a cavalo têm prioridade sobre os
bicigrinos.
Albergue de Oseira |
Teríamos que esperar até às 20h e saber se havia lugar para nós.
Não quisemos arriscar, pois ficar na rua era uma hipótese e pedalar de noite
até ao próximo albergue, decidimos antecipar e fizemos mais uns quilómetros até
Oseira. O Casaleiro ainda foi abordado por um local para que fizéssemos o caminho
por alcatrão pois seria mais fácil e rápido. Não querendo mudar o rumo, fizemos
o verdadeiro caminho e que foi bem penoso durante uns quilómetros, pedra e mais
pedra faria deste pedaço de percurso impraticável para pratica do btt, pois
tivemos que levar a bike à mão ou mesmo às costas. Oseira fica localizada numa
zona baixa e ao chegar consegue-se ver o enorme mosteiro.
Mosteiro de Oseira |
Mais tranquilos,
dirigimos-nos ao albergue, que se encontra num anexo do próprio mosteiro e fomos
recebidos por outro peregrino que nos informou que a pessoa responsável não
estava presente e que aguardássemos por ele. Cansados, fomos ao café mais
próximo para umas canhas e saber onde jantar. Já bem frescos, pelo menos na
garganta, voltámos ao mosteiro, tendo outra vez sido recebidos por outro
peregrino vindo de Sevilha e que fez as honras da casa. Banhos tomados,
acomodámos-nos mas ninguém responsável apareceu, até sairmos para fazer mais
umas fotos. Foi pena o mosteiro estar encerrado pois a visita vale a pena. O
jantar só podia ser em dois cafés com quase nada para comer. Sopa galega, pan,
pulpo e canhas, foi um manjar dos deuses. Mais canhas no café do lado e eram horas para por o corpo em modo de descanso.
Dados da etapa
112,87 km – 1,951 Desnivel+ Tempo em
movimento 7h32m23s (dados gps)
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