6ª Etapa 23/07/2013 Viagem de regresso
Foi o dia em que acordámos mais tarde. Aproveitámos para desfrutar de Santiago com algumas visitas e compras dos recuerdos.
Tudo arrumado decidimos aproveitar as instalações para preparar o pequeno-almoço, fomos a uma pequena mercearia adquirir os mantimentos necessários. Mesmo com os horários dos comboios tirados por internet, ainda em casa, decidimos ir á estação adquirir os bilhetes para nós e para as bikes e confirmar a viagem, ficando a certeza que de tudo tratado. Na estação ficámos a saber que em espaço espanhol não tínhamos qualquer problema em viajar com as bikes nos comboios, mas em Vigo iriamos ter problemas, na viagem até ao Porto. Fiquei um pouco confuso, não tinha conhecimento dessa proibição, pois a informação que tinha, era que permitiam 3 bicicletas por cada carruagem e caso houvesse mais teríamos que esperar pelo próximo comboio. A senhora que nos atendeu foi cinco estrelas na ajuda que tentava dar, dando sempre algumas alternativas, tal como o transporte da bicicleta por empresa estafeta. Com a esperança que podia ser um mal-entendido, resolvemos aceitar umas das dicas da funcionária. Adquirimos os bilhetes até Tui, para depois fazer a passagem da fronteira a pedalar até Valença.
Com a confirmação da viagem feita e mais cedo que o previsto, voltámos ao centro histórico para comprar alguns recuerdos e uma visita rápida ao interior da catedral.Saída de Santiago e sem qualquer problema na viagem até Vigo com excelentes condições, (pena não ter tirado foto no comboio), mudámos de comboio para ir até Tui.
Chegada a Tui montámos nas bikes e metemos-nos à estrada, mais umas fotos sobre o rio Minho e já em Valença, seguimos até à estação de comboios. Estava sem gente e a bilheteira fechada. Estranho. Fomos até às linhas onde encontrámos a chefe de estação. Quisemos comprar os bilhetes, mas, logo fomos avisados que as bikes não iam. Não querendo perceber, foi-nos explicado que a regra de transporte das bicicletas em todos os comboios nas linhas do Minho e Alto Douro foi alterada no dia 12 de Julho. O chefe de estação ainda falou com o revisor que não permitiu a entrada das bicicletas, apesar de ter apenas uma pessoa em três carruagens. E depois quer a CP que andemos de comboio. Regra estúpida e imbecil. Que diferença entre Portugal e Espanha. Tínhamos duas possibilidades, ir a uma estação de expressos ou fazer mais uns bons quilómetros até sair da zona do Minho.
Encontrámos a estação de camionagem que mais parecia estar ao abandono, de portas abertas, com lixo por todos os cantos, até mesmo dentro dos balcões vazios. Sem ninguém no interior, um taxista informou que para adquirir bilhetes teria que ser no próprio expresso, mas sem garantia de transportarem as montadas. Vinte minutos depois chega o expresso, que fazia a viagem até ao Porto. Era espanhol e falando com o motorista foi sem qualquer entrave, que aceitou a nossa entrada, colocando as bicicletas na bagageira. 16,10€ foi o montante que pagámos pelos quatro bilhetes. Mais uma vez, o nosso agradecimento pelo tratamento diferenciado e respeitoso de "nuestros hermanos". Afinal, de Espanha vem bom vento e quem sabe, bom casamento.
Porto, mais precisamente em S. Bento, última paragem do expresso. Entrámos na estação de S. Bento, a bilheteira estava fechada e tivemos que comprar bilhete no comboio, para ir até Campanhã e aí adquirir os bilhetes até Coimbra. Aqui não houve qualquer problema com as bikes, mas em Campanhã o retrato já foi outro, porque não nos permitiam a entrada das bikes no Intercidades que chegava dentro de minutos, eram 20:30. A opção era esperar pelo suburbano das 00:30 que fazia a viagem na íntegra até Lisboa. Não havendo outra solução, jantámos ali perto, demos um pequeno giro pelas redondezas e esperámos o resto do tempo na estação.
Na viagem para Coimbra ainda tive a oportunidade de rever um antigo colega de atletismo que não via há anos e que curiosamente é maquinista na CP. Sendo ele também um amante do ciclismo, não concorda com as regras, mas tem que as cumprir.
Eram 3:30 da manhã quando chegámos a Coimbra e ainda tínhamos que fazer mais uns quilómetros até casa e como moramos perto um do outro, terminámos esta aventura juntos. O sono e cansaço era "mais que muito", mas a boa disposição imperou até ao fim, aproveitando para recordar alguns episódios ocorridos nesta grande jornada.
Santiago de Compostela foi para nós, a maior jornada em dias seguidos e quilómetros percorridos até hoje. Sem dúvida uma experiência única que bem merece, ser repetida.
Até breve.
Rui Ventura e Vladimiro Casaleiro
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