«Pedalar é parte da nossa forma de viver. Está enraizado na nossa cultura quotidiana», afirma o embaixador da Holanda em Lisboa, logo acrescentando que «desde muito pequenos é para os holandeses uma forma de desenvolver a sua personalidade, no sentido de que podem decidir onde ir e como ir. É uma expressão de liberdade».
Colocado em Portugal há três anos, Govert Jan Cornelis Bijl de Vroe tem 55 anos e integra o Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 1989. Prestou serviço ao longo dos anos em países como Coreia do Sul, Áustria (representação junto da OSCE), Suécia e Alemanha. Antes de vir para Lisboa foi diretor de Protocolo (2011‑2014), o que não o impedia de andar de bicicleta por vezes, como explica: «Na Holanda, é comum ir de fato e gravata numa bicicleta. Era o que eu fazia lá muitas vezes quando ia trabalhar para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.»
Formado em História pela Universidade de Leiden, Bijl de Vroe nasceu em Den Helder e fez a escola secundária em Harlem. Andar de bicicleta sempre fez parte da sua vida, o que transmitiu aos três filhos, hoje todos na casa dos 20 anos. «Acho que tive a minha primeira bicicleta quando tinha 5 anos. Mas antes já ia para o infantário numa trotineta. A escola era ao fim da rua, por isso fácil de chegar. E foi assim que comecei. As crianças geralmente começam com uma bicicleta com rodinhas e quando se sentem confiantes estas são tiradas», conta o embaixador.
Quase todo o país é plano, exceto a província no Sul com algumas colinas, e por isso a bicicleta é usada um pouco por toda a Holanda, mesmo que em algumas partes mais para desporto. E se, como nota Bijl de Vroe, pedalar terá começado como passatempo para a elite no século XIX, rapidamente se popularizou.
Hoje a novidade, nota o diplomata, são as bicicletas com baterias elétricas que «estão a ajudar que os holandeses pedalem até idades cada vez mais avançadas, dependendo, claro, da condição física.»
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